sábado, agosto 13, 2005

Amar...
O sentimento de amar desperta o melhor e o pior em mim. Apesar de ser completamente dedicada à pessoa, preocupada com o que está a sentir e a fazer, fiel, compreensiva, amar torna-me frágil, auto-destrutiva.
Isto porque insegurança é uma característica muito vincada do meu temperamento e, para amar alguém, esse alguém é certamente muito especial. O que me faz desejar sempre ser mais magra, mais bonita, mais inteligente, mais culta, para então ser digna dele. Esses objectivos não são alcançados, o que me faz sentir indigna de qualquer retribuição e incapaz de despertar o mesmo sentimento que essa pessoa despertou em mim. E então analiso com muito cuidado os sinais que me são enviados para me poupar a eventuais e futuros sofrimentos.
Passado algum tempo em que, simultaneamente, construo ilusões e destruo-me e insulto-me por sonhar, desisto do sentimento e deixo-o voar. No entanto, quando desisto de amar acabo sempre por constatar que tinha razão: o sentimento não era mútuo e eu não era definitivamente a pessoa adequada para ele.
E com essa convicção tento reconstruir os pedaços de mim, costurar os rasgões da alma. Consciente de que a felicidade de ninguém se deve basear apenas num factor, numa pessoa, porque nem sempre ela lá vai estar e é um fardo muito pesado para qualquer um ser o único e exclusivo detentor da felicidade de alguém, avanço lentamente pelo meu caminho. Gozando todos os momentos de felicidade que preenchem os meus dias, tentando aprender tudo o que possa e lutando por ser a pessoa que sonho.
Quem sabe um dia?

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