terça-feira, agosto 30, 2005



Nunca procurei muito que gostassem de mim. Se me deixassem gostar eu do outro... para mim já era bestial! - Mário Cesariny

sábado, agosto 27, 2005

Ontem, tal como havíamos combinado, fui encontrar-me contigo depois do trabalho.
Depois de sete horas de trabalho, uma entrevista para outro trabalho, duas viagens de comboio à beira-mar, lá fui eu à procura do jornal.
Com o meu sentido de orientação único, perdi-me pelas ruas e ruelas, largos e travessas do Bairro Alto. E adorei! Cada vez gosto mais de passear, perder-me pela Lisboa antiga.
Depois de mais de meia hora a contemplar as ruas, a observar as pessoas, encontrei o jornal. Sentei-me na soleira de uma porta e esperei por ti uns escassos cinco minutos a ver pessoas a passar, a conversar, ou à janela a fumar.
E, passados uns meses de ausência quase completa, encontrámo-nos e pusemos a conversa em dia. Cada vez mais me convenço que a amizade é saber respeitar os ritmos, os tempos e os espaços de cada um. Após algum tempo em que ambas, por diversos motivos, sentimos necessidade de nos ausentar um pouco, ontem contámos animadamente uma à outra todas as alterações que entretanto marcaram a nossa vida. E foi bom sentir que ainda fazemos parte da história uma da outra!

terça-feira, agosto 16, 2005



Hoje acordei, fui à janela e fui recebida com este belo nascer do sol.
Sorri.
Mas até o sol me pareceu triste.
Vou ouvir Jeff Buckley cantar esta noite vezes e vezes sem conta.
É o companheiro ideal para a tristeza!

segunda-feira, agosto 15, 2005

So I will find my fears and face them
Or I will cower like a dog
I will kick and scream or kneel and plead
I will fight like hell to hide that I’m giving up

Another travellin’ song - Bright Eyes

sábado, agosto 13, 2005

Amar...
O sentimento de amar desperta o melhor e o pior em mim. Apesar de ser completamente dedicada à pessoa, preocupada com o que está a sentir e a fazer, fiel, compreensiva, amar torna-me frágil, auto-destrutiva.
Isto porque insegurança é uma característica muito vincada do meu temperamento e, para amar alguém, esse alguém é certamente muito especial. O que me faz desejar sempre ser mais magra, mais bonita, mais inteligente, mais culta, para então ser digna dele. Esses objectivos não são alcançados, o que me faz sentir indigna de qualquer retribuição e incapaz de despertar o mesmo sentimento que essa pessoa despertou em mim. E então analiso com muito cuidado os sinais que me são enviados para me poupar a eventuais e futuros sofrimentos.
Passado algum tempo em que, simultaneamente, construo ilusões e destruo-me e insulto-me por sonhar, desisto do sentimento e deixo-o voar. No entanto, quando desisto de amar acabo sempre por constatar que tinha razão: o sentimento não era mútuo e eu não era definitivamente a pessoa adequada para ele.
E com essa convicção tento reconstruir os pedaços de mim, costurar os rasgões da alma. Consciente de que a felicidade de ninguém se deve basear apenas num factor, numa pessoa, porque nem sempre ela lá vai estar e é um fardo muito pesado para qualquer um ser o único e exclusivo detentor da felicidade de alguém, avanço lentamente pelo meu caminho. Gozando todos os momentos de felicidade que preenchem os meus dias, tentando aprender tudo o que possa e lutando por ser a pessoa que sonho.
Quem sabe um dia?

sábado, agosto 06, 2005

Os dias nem sempre são fáceis.
Hoje interroguei-me o porquê do corpo e da mente, por vezes, se desencontrarem tanto.
A minha avó encontra-se em processo lento de desgaste físico, de colapso. Os órgãos não mais suportam viver, é uma tarefa árdua demais a ser levada a cabo. O corpo cede, os órgãos vão morrendo lentamente. O que é difícil assistir... As marcas deixadas pela má circulação, a respiração difícil pelo mau funcionamento de apenas um pulmão, o bater lento de um coração velho e gasto de viver, de sentir, de sofrer.
Mas o que é mais doloroso para todos, e ainda mais para ela, é a lucidez, a sobriedade, a nitidez de raciocínio aos 89 anos e o espanto e desilusão no seu rosto por o corpo já não responder. Muitas vezes oiço-a dizer com uma lágrima nos olhos: ‘Mas o que se passa comigo? O que eu sou e o que eu era!’ E recordo-me das férias de Verão passadas com ela e com o meu avô (que já morreu há 14 anos). A minha avó não é mais a pessoa alegre que aparecia nas suas histórias de juventude, a pessoa lutadora que educou seis filhos, a avó carinhosa de sorriso no rosto. Agora é apenas um ser humano em sofrimento, choroso, e consciente da dor que semeia numa família desgastada pela situação.

sexta-feira, agosto 05, 2005

So there was this women and
she was on an airplane and
she's flying to meet her fiancé
sailing high above the largest ocean
on planet earth and she was seated
next to this man who you know
she had tried to start a conversation
but really the only thing
she heard him say was to order his bloody mary
and she's sitting there and she's reading
this really arduous magazine article about this
third world country that she couldn't
even pronounce the name of
and she's feeling very bored and very despondent
and then uh suddenly there's this huge mechanical failure and one of the engines gave out
and they started just falling thirty thousand feet
and the pilots on the microphone and he's saying,
"I'm sorry, I'm sorry, Oh My God, I'm Sorry"
and apologizing and she looks at the man and she says,
"where are we going" and he looks at her and he says,
"We're going to a party, it's a birthday party.
It's your birthday party, happy birthday darling.
We love you very, very, very, very, very, very, very much."
and then he starts humming this
little tune and it kind of goes like this:

One, Two, One, Two, Three, Four
We must talk in every telephone, get eaten off the web
We must rip out all the epilogues from the books we have read
And to the face of every criminal strapped firmly in a chair
We must stare, we must stare, we must stare

We must take all of the medicines too expensive now to sell
Set fire to the preacher who is promising us hell
And in the ear of every anarchist who sleeps but doesn't dream
We must sing, we must sing, we must sing

And it'll go like this
While my mother waters plants my father loads his gun.
He says, "Death will give us back to god,
just like the setting sun
is returned to the lonesome ocean."

And then they splashed into the deep blue sea
It was a wonderful splash

We must blend into the choir, sing a static with the whole
We must memorize nine numbers and deny we have a soul
And to this endless race for property and privilege to be won
We must run, we must run, we must run

We must hang up in the belfry where the bats in moonlight laugh
We must stare into a crystal ball and only see the past
And in the caverns of tomorrow with our flashlights and our love
We must plunge, we must plunge, we must plunge

And then we'll get down there,
way down to the very bottom of everything
and then we'll see it, we'll see it, we'll see it

Oh my morning's coming back
The whole worlds waking up
Oh the city bus is swimming past
I'm happy just because
I found out I am really no one

At the bottom of everything - Bright Eyes

quarta-feira, agosto 03, 2005

I don't think you love me
Confusion settling in
I don't think I'll be staying
Around here, anymore

There's no question that I love you
But I'm living in my own time
And here I am debating
Whether I'm wrong, or right

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

All the promises I gave you
Helped me to survive
And all the times I wished you'd save me
You were the love of my life

Who am I
To make a judgement of
Your life
I'm only
Passing by
Passing by

I'm only passing by ...

Passing by - Zero 7