terça-feira, maio 31, 2005

Quando estou em paz comigo, sem lutas interiores, como hoje, divago sobre a minha fragilidade, a minha condição humana. Estranho... ou nem por isso?
Depois de quase duas horas de viagem de regresso a casa, no autocarro, escrevi o texto que se segue, após reflectir e viajar dentro de mim, reencontrar o eu que andava fugido.
‘A fragilidade tem efeitos curiosos em mim! Busco na palavra, no papel em branco, um morno sentimento de conforto. Conforto que não sou capaz de procurar junto dos outros. Apesar de, quando assisto a uma maior fragilidade em alguma pessoa, sentir-me privilegiada por poder vislumbrar a humanidade, o ser humano, dentro da capa que todos usamos hoje em dia de pessoas fortes, felizes e bem sucedidas; o certo é que não tolero demonstrar essa minha fragilidade. Em mim encaro-a como fraqueza, fracasso... Não sou capaz de dizer algo como: preciso de ti. Fico silenciosa, muda, quando a minha alma grita. Nesses momentos, desejo uns braços que me envolvam, uns lábios que me encontrem, um olhar que me abrace. Mas não permito sequer aproximações. Estou de cócoras dentro da minha casca, com receio de ser vista tão quebrável, tão humana... E hoje consegui reflectir sobre tudo isso por me sentir bem. Não preciso esconder... proteger... defender... Quem sabe amanhã?’

segunda-feira, maio 30, 2005

Não consigo dormir! Então pus-me a pensar numa conversa que tive com um amigo, em que ele me disse : nunca seremos capazes de perceber o porquê de alguém nos amar.
Ao que acrescento: nunca seremos capazes de perceber o porquê de amar alguém. Porque apesar de termos consciência do que nos faz apaixonar por alguém, o certo é que outro alguém pode fazer exactamente o mesmo sem conseguir tal resultado.
Quem compreende a complexidade do ser humano?

sexta-feira, maio 20, 2005

Did you realise no one can see inside your view? (Strangers, Portishead)

Esta frase sempre me pôs a pensar. Todos nós temos visões únicas do mundo, dos outros e de nós mesmos. Tenho pensado muito neste facto que todos sabemos consciente ou inconscientemente. Talvez pelo trabalho que faço há alguns meses, talvez pelo livro que terminei ontem, talvez pela minha natureza reflexiva e de questionamento.
Ontem terminei a leitura de Ondas de Virginia Woolf. Livro fascinante, intenso, profundo. Foi um livro que esperou o momento certo para entrar na minha vida. Foi-me oferecido por uma amiga mas só um ano depois o li. Não estava ainda preparada para ele. É daqueles livros em que temos necessariamente de nos adaptar à pele do autor pela sua especificidade e singularidade. É sem dúvida esta a literatura que gosto e admiro. Uma prosa poética, com frases de paragem obrigatória para a reflexão, ponderar sobre nós, os outros, a realidade. Seis personagens que poderia simplificar como Rhoda, a diferente, contemplativa, reservada, misteriosa; Jinny, exuberante, atraente, corporal; Susanne, ponderada, sem necessidade de ser admirada; Louis, cerebral, complexado, que se refugia no trabalho; Bernard, sonhador, atento às palavras; e por fim Neville, livre, apaixonado.
Mas todos eles, como nós próprios, somos muito mais do que duas ou três palavras, duas ou três etiquetas. Uma amiga perguntou-me há dias o que ela era, segundo a minha opinião. Como reduzir a imensidão, a complexidade de uma pessoa a meia dúzia de rótulos? Alguém fica a saber quem eu sou se me definir como calma, sonhadora, reservada, diferente? Sem dúvida sinto que sou tudo isso. Mas sou também muitas outras coisas. Por isso nunca gostei de rótulos e catalogações. Somos pessoas, não embalagens num qualquer supermercado à espera de sermos comprados. Eu pelo menos não estou à venda!

terça-feira, maio 17, 2005

De vez em quando, e não tão raramente quanto seria de esperar com a velocidade a que actualmente se corre pela vida, vivo momentos de verdadeira plenitude e perfeição. Em que todo o universo está alinhado exactamente como deveria estar. O que geralmente acontece nos momentos mais simples... Quando estou a olhar o mar, quando estou a passear nos meus locais favoritos, quando oiço uma música que realmente me toca, quando leio um bom livro...
Este sábado senti que a areia podia deixar de correr pela ampulheta, porque tudo estava simplesmente perfeito. Estavas nos meus braços, a tua pele junto da minha, as minhas mãos na madeixas do teu cabelo, a tua respiração morna e calma, as tuas mãozinhas pequeninas no meu pescoço, os teus olhos que, apesar de mortiços pela febre, me deram amor e gratidão. Estavas desprotegido, nos meus braços, receptivo aos meus carinhos e ao meu amor. Há meses que não tínhamos um momento assim. Lembrei-me de quando nasceste e eu cantava para ti. Agora és mais independente, já não te deixas facilmente estar nos meus braços. Queres descobrir o mundo. E como ele te desperta curiosidade e fascínio! E como eu adoro assistir a todas as tuas descobertas! Ainda bem que entraste na minha vida!

quarta-feira, maio 11, 2005

Sinto falta do fumo do teu cigarro...

domingo, maio 08, 2005

Faith pours from your walls, drowning your calls
I've tried to hear, You're not near
Remembering when I saw your face, shining my way, pure timing
Now I've fallen in deep, slow silent sleep
It's killing me, I'm dying

To put a little bit of sunshine in your life
Soleil all over you
warm sun pours over me
Soleil all over you
Warm sun

Now this slick fallen rift, came like a gift
Your body moves ever nearer
And you will dry this tear
Now that we're here, and grieve for me, not history
But now I'm dry of thoughts, wait for the rain
Then it's replaced, sun setting

And suddenly we're in love with everything

Soleil all over you, warm sun pours over me
Soleil all over you
Warm sun


The shinning - Badly drawn boy

quinta-feira, maio 05, 2005

Aqui fica uma das minhas músicas favoritas de sempre.


I'm so tired… of playing
Playing with this bow and arrow
Gonna give my heart away
Leave it to the other girls to play
For I've been a temptress too long

Just…

Give me a reason to love you
Give me a reason to be a woman
I just wanna be a woman

From this time, unchained
We're all looking at a different picture
Thru this new frame of mind
A thousand flowers could bloom
Move over, and give us some room

Give me a reason to love you
Give me a reason to be a woman
I just wanna be a woman

So don't you stop being a man
Just take a little look
From our side when you can
Sow a little tenderness
No matter if you cry

Give me a reason to love you
Give me a reason to be a woman
Its all I wanna be is all woman

For this is the beginning of forever and ever

Its time to move over...


Glory box - Portishead

terça-feira, maio 03, 2005

The selfish, they're all standing in line
Faithing and hoping to buy themselves time
Me, I figure as each breath goes by
I only own my mind

The North is to South what the clock is to time
There's east and there's west and there's everywhere life
I know I was born and I know that I'll die
The in between is mine
I am mine

And the feeling, it gets left behind
All the innocence lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

The ocean is full 'cause everyone's crying
The full moon is looking for friends at hightide
The sorrow grows bigger when the sorrow's denied
I only know my mind
I am mine

And the meaning, it gets left behind
All the innocents lost at one time
Significant, behind the eyes
There's no need to hide
We're safe tonight

And the feelings that get left behind
All the innocents broken with lies
Significance, between the lines
(We may need to hide)

And the meanings that get left behind
All the innocents lost at one time
We're all different behind the eyes
There's no need to hide

I Am Mine - Pearl Jam