segunda-feira, julho 31, 2006

"Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? (…) O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". (…) O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. (…) O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. (…) Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz."

Elogio do Amor - Miguel Esteves Cardoso

Tudo isto para dizer que todos afirmam que o melhor é esquecer-te.
A mente concorda, diz-me para não ser romântica e dramática...
Aponta-me sempre a felicidade prometida por outras mãos!
Mas não consigo ser pragmática! Nem quero!
A alma prefere sempre esperar...
Sempre!
Com medo que um dia apareças e eu já lá não esteja...

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