quinta-feira, junho 30, 2005
segunda-feira, junho 27, 2005
Hoje acordei triste, desiludida… comigo.
Estou de costas voltadas para mim...
Não me olho! Não me oiço! Não quero saber do que eu própria tenha para dizer!
Depois de ontem ter passado a noite a ouvir Roisin Murphy, Portishead, Telepopmusik, Thievery Corporation, Moloko, hoje quero apenas ouvir Bright Eyes, P. J. Harvey e Thom Yorke, e toda uma série de músicas dark...
revoltadas, frustradas, angustiadas...
vezes sem conta...
até deixarem de fazer sentido.
Estou de costas voltadas para mim...
Não me olho! Não me oiço! Não quero saber do que eu própria tenha para dizer!
Depois de ontem ter passado a noite a ouvir Roisin Murphy, Portishead, Telepopmusik, Thievery Corporation, Moloko, hoje quero apenas ouvir Bright Eyes, P. J. Harvey e Thom Yorke, e toda uma série de músicas dark...
revoltadas, frustradas, angustiadas...
vezes sem conta...
até deixarem de fazer sentido.
domingo, junho 26, 2005
domingo, junho 19, 2005
sábado, junho 18, 2005
I picked you out
Of a crowd and talked to you
Said I liked your shoes
You said, "Thanks, can I follow you?"
So it's up the stairs
And out of view, no prying eyes
I poured some wine
I asked your name, you asked the time
Now it's two o'clock
The club is closed and we are up the block
Your hands are on me
Pressing hard against your jeans
Your tongue in my mouth
Trying to keep the words from coming out
You didn't care to know
Who else may have been you before
I want a lover I don't have to love
I want a girl who's too sad to give a fuck
Where's the kid with the chemicals?
I thought he said to meet him here
But I'm not sure
I've got the money
If you've got the time
You said, "It feels good"
I said "I'll give it a try"
Then my mind went dark
We both forgot where your car was parked
Let's just take the train
I'll meet up with the band in the morning
Bad actors with bad habits
Some sad singers, they just play tragic
And the phone's ringing
And the van's leaving
Let's just keep touching
Let's just keep, keep singing
I want a lover I don't have to love
I want a boy who's so drunk he doesn't talk
And where's the kid with the chemicals?
I got a hunger and I can't seem to get full
I need some meaning I can memorize
The kind I have always seems to slip my mind
But you, but you...
You write such pretty words
But life's no storybook
Love's an excuse to get hurt
And to hurt
Do you like to hurt?
I do, I do
Then hurt me
Then hurt me
Then hurt me
Lover I don’t have to love - Bright eyes
Of a crowd and talked to you
Said I liked your shoes
You said, "Thanks, can I follow you?"
So it's up the stairs
And out of view, no prying eyes
I poured some wine
I asked your name, you asked the time
Now it's two o'clock
The club is closed and we are up the block
Your hands are on me
Pressing hard against your jeans
Your tongue in my mouth
Trying to keep the words from coming out
You didn't care to know
Who else may have been you before
I want a lover I don't have to love
I want a girl who's too sad to give a fuck
Where's the kid with the chemicals?
I thought he said to meet him here
But I'm not sure
I've got the money
If you've got the time
You said, "It feels good"
I said "I'll give it a try"
Then my mind went dark
We both forgot where your car was parked
Let's just take the train
I'll meet up with the band in the morning
Bad actors with bad habits
Some sad singers, they just play tragic
And the phone's ringing
And the van's leaving
Let's just keep touching
Let's just keep, keep singing
I want a lover I don't have to love
I want a boy who's so drunk he doesn't talk
And where's the kid with the chemicals?
I got a hunger and I can't seem to get full
I need some meaning I can memorize
The kind I have always seems to slip my mind
But you, but you...
You write such pretty words
But life's no storybook
Love's an excuse to get hurt
And to hurt
Do you like to hurt?
I do, I do
Then hurt me
Then hurt me
Then hurt me
Lover I don’t have to love - Bright eyes
quinta-feira, junho 16, 2005
segunda-feira, junho 13, 2005
E porque hoje é dia 13 de Junho, dia marcado pelo 117º aniversário do nascimento de Fernando Pessoa e feriado municipal de Lisboa, cidade que tanto gosto, aproveito para expôr uma fotografia tirada num passeio pela antiga Lisboa. Ao que complemento com um poema de Pessoa, mais precisamente Álvaro de Campos, sobre a mesma.
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me náufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...
Lisbon Revisited (1926) - Álvaro de Campos
Nada me prende a nada.
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.
Anseio com uma angústia de fome de carne
O que não sei que seja -
Definidamente pelo indefinido...
Durmo irrequieto, e vivo num sonhar irrequieto
De quem dorme irrequieto, metade a sonhar.
Fecharam-me todas as portas abstratas e necessárias.
Correram cortinas de todas as hipóteses que eu poderia ver da rua.
Não há na travessa achada o número da porta que me deram.
Acordei para a mesma vida para que tinha adormecido.
Até os meus exércitos sonhados sofreram derrota.
Até os meus sonhos se sentiram falsos ao serem sonhados.
Até a vida só desejada me farta - até essa vida...
Compreendo a intervalos desconexos;
Escrevo por lapsos de cansaço;
E um tédio que é até do tédio arroja-me à praia.
Não sei que destino ou futuro compete à minha angústia sem leme;
Não sei que ilhas do sul impossível aguardam-me náufrago;
ou que palmares de literatura me darão ao menos um verso.
Não, não sei isto, nem outra coisa, nem coisa nenhuma...
E, no fundo do meu espírito, onde sonho o que sonhei,
Nos campos últimos da alma, onde memoro sem causa
(E o passado é uma névoa natural de lágrimas falsas),
Nas estradas e atalhos das florestas longínquas
Onde supus o meu ser,
Fogem desmantelados, últimos restos
Da ilusão final,
Os meus exércitos sonhados, derrotados sem ter sido,
As minhas cortes por existir, esfaceladas em Deus.
Outra vez te revejo,
Cidade da minha infância pavorosamente perdida...
Cidade triste e alegre, outra vez sonho aqui...
Eu? Mas sou eu o mesmo que aqui vivi, e aqui voltei,
E aqui tornei a voltar, e a voltar.
E aqui de novo tornei a voltar?
Ou somos todos os Eu que estive aqui ou estiveram,
Uma série de contas-entes ligados por um fio-memória,
Uma série de sonhos de mim de alguém de fora de mim?
Outra vez te revejo,
Com o coração mais longínquo, a alma menos minha.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
Outra vez te revejo,
Sombra que passa através das sombras, e brilha
Um momento a uma luz fúnebre desconhecida,
E entra na noite como um rastro de barco se perde
Na água que deixa de se ouvir...
Outra vez te revejo,
Mas, ai, a mim não me revejo!
Partiu-se o espelho mágico em que me revia idêntico,
E em cada fragmento fatídico vejo só um bocado de mim -
Um bocado de ti e de mim!...
Lisbon Revisited (1926) - Álvaro de Campos
sábado, junho 11, 2005
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